O Aedes aegypti é o vetor do vírus da dengue, doença para a qual tem-se observado a ocorrência de diversas epidemias. Estudos entomológicos contribuem para o entendimento da dinâmica de proliferação do mosquito. Este artigo tem como objetivo, propor um protocolo de análise combinando métodos estatísticos para identificar fatores associados à intensidade de ovos de Aedes aegypti, coletados com o uso de armadilhas de oviposição. A metodologia é desenvolvida a partir de dados coletados em um experimento de campo conduzido pelo projeto SAUDAVEL, que combina dados de coletas de ovos do mosquito com condições das armadilhas e ambientais em bairros selecionados para monitoramento na cidade de Recife/PE. Utilizou-se a metodologia de modelos aditivos generalizados que permitiu a identificação de áreas de elevadas contagens de ovos. Características espaço-temporais do experimento foram levadas em consideração através de funções suaves das coordenadas geográficas das armadilhas e das datas de coleta. O termo temporal no modelo identificou os meses do ano de maior abundância, além de efeitos sazonais e a tendências da série. Os principais resultados apontam para maior frequência/intensidade de oviposição em situações residênciais, onde o abastecimento de água é constante. Evidências confirmam a relevância da presença de recipientes como tanques, caixas d'água e tonéis. Covariáveis climáticas identificaram a preferência do vetor por alta precipitação e umidade.